21 de janeiro de 2008

Amor x Paixão

“Quem inventou o amor, me explica, por favor.”
Antes das seis – Legião Urbana


O coração dispara, as mãos tremem, a voz parece sumir. Todo o discurso preparado em casa, treinado horas á fio no banho desaparece de nossas mentes e ficam apenas aquelas velhas e conhecidas frases “O quê eu vou fazer?”, “Dou um beijo nela agora ou depois??”, “Ando ou não de mão dada??”. Estas são apenas algumas das indagações que povoam a mente masculina e com certeza a feminina quando se inicia uma nova paixão. Os amassos são os mais “amassados”, as conversas duram horas no telefone, contamos os dias pra chegar o próximo encontro. O simples sorvete de baunilha se torna mais saboroso, a espera do outro transforma-se em minutos a mais para se arrumar em frente a um espelho.
A paixão bate a porta.

Depois de um tempo começam as brigas, discutem por tudo, o lindo de antigamente agora se torna um “bonitinho”. O tão aguardado encontro agora confronta duramente com o futebol das 6ª feiras. Após isso o afastamento, o bloqueio no MSN, o número de recados no Orkut diminui... E se afastam mais... Os telefonemas convidando para uma próxima saída agora passam a ser para dar um “oi”. E cada vez mais distante, até que, finalmente, algum deles tomar a “tão difícil” atitude de dizer que não dá mais, pois está afim de outra, que vai se mudar, que seus pais não aprovam esse relacionamento, etc, etc, etc.

Após um curto período de sofrimento da parte rejeitada tudo volta ao normal, até, é claro, retornarmos ao processo do início do nosso texto. Coração disparado, mãos que não param de tremer, a voz que some na hora que não deve...

Este é o paradoxo da paixão, uma coisa quente, intensa, porém incompleta.
Incompleta, pois sente falta do seu irmão mais velho, o amor.

Este por sua vez demora bastante até aparecer.
Normalmente vem cercado de dúvidas. Incertezas. O medo, por vezes, é maior do que a vontade de tentar.

Mas quando ele chega é avassalador.
Não dá pra esconder. A vida ganha um novo sentido, uma nova cor, um novo rumo.
Parece que se vive em um mundo além de si.
Uma coisa paralela.

Com ele também vem as brigas, coisas normais até mesmo nos contos mais apaixonantes de Shakespeare.
Mas elas ao irem embora mostram realmente o quanto amamos e valorizamos aquela pessoa que não sai de nossas cabeças.

Os encontros se tornam mais mornos, mas cercados de encantos e momentos únicos.
Os amassos são mais casuais.
Agora sim conseguimos ver o filme todo e depois podemos debater com a outra pessoa se ambos entenderam aquele final tão confuso.
Os telefones não passam de curiosidade em saber como foi o dia alheio.

Fazemos em nossas vidas coisas que jamais pensaríamos em fazer.
Acorda-se mais cedo para levar o café na cama.
Engolimos o orgulho ao ligarmos após uma briga.
Deixamos de pensar em si mesmo para ver a pessoa amada feliz.
Isso é o amor.

E tentando responder a indagação da linda música que encabeça esse post, não chego a uma conclusão coerente.
Mas acho que o amor não foi inventado e sim descoberto, quando olhamos aquela pessoa que até então é um estranho para nós e vemos nela alguém que pode nos acompanhar para o resto de nossas vidas.

O motivo disso tudo???
O amor...

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